segunda-feira, 10 de outubro de 2016

16/08/2010

HISTÓRIA DE PESCADOR

  Em 1975, eu tinha 25 anos de idade e pescava de malha. Nois punhava e a rede sempre vinha um cação de 70 quilos na metade. Isso era na praia de Juréia. Aí mandamo fazer uma rede de malha 60, que na época era muito difícil, aí botamo essa rede iscada com arraia e aí pegamo uma tintureira. Essa tintureira deu 435 quilos, limpa.      Cada figo (figado) que tinha nesse peixe era do tamanho de uma pessoa. A metragem calculada era de mais ou menos 8 metros de comprimento e demos uns três corte para embarcá dentro do barco. Meu Deus! O peixe era quase maior do que o barco porque ele media só 10 metros. (Essa história foi verídica e relatada pelo pescador Ti Maro. (Colaboração: Leila – 4º período – Pedagogia ISEPE))

Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 12h07
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13/11/2009


O TRABALHO NA LAVOURA

Obs: Transcrição de história oral
  


















O TRABALHO NA LAVOURA

Parte da vida de DONA ELIZA DOS SANTOS SILVA (Itapoá – SC)
ouvida por Sulmária Maria – aluna do curso de Pedagogia, 6º período, ISEPE

Nesta breve conversa informal Dona Eliza dos Santos Silva relembra um pouco de sua história de vida e começa assim:
         O serviço na lavora era trabalhá na roça, prantá mandioca rama, prantá mandioca, prantá milho, prantá fejão i coisa assim. Eu trabalhava desdi 5 ano na roça, eu ia trabalhá co papai i ca mamãe i as minha irmãs que são mais velha. Eu trabalhava desdi 6 ano na roça, a mamãe levava nóis pra roça, nóis carpia ca mão assim na roça, ca inxada e co facão i tudo a ferramenta. Ela marcava um pedacinho pra mim i pra minha irmã mais velha pá da conta daquele pedaço que na época dizia eito. As vezes uma irmã reclamava que não dava conta do seu eito, a mamãe dizia: ah, deixa pa di tarde! Mas eu dava conta, eu era mais nova e ganhava.
O meu irmão trabalhava tamém, ia na roça roçá co papai e queimá a terra pra prantá mandioca, o serviço mais pesado era co ele e co papai, o mais leve era nóis ca mamãe, que era carpi e prantá rama.

Dona Eliza conta que eles produziam muita melancia e relata a forma do consumo:
Chegava da roça i enchia uma vasilha com água i colocava embaixo da sombra prá refrescá a melancia i comê, o sereno da noite era bom pra resfrescá. Nóis tamém interrava a melancia piqueno pra crescê, escondia do irmão, da irmã, ninguém sabia... A primeira melancia do meis, a mais bonita, quando ela tem um meis ela tá madura. Nóis interrava daí nóis ia comê eu i minhas amiga.

Dona Eliza também relata como era o cardápio daquela época:
O café da manhã era banana, batata doce cuzida pá tomá cu café i banana, tamém pá tomá co café i farinha, comia banana , farinha i tomava café cum açuca branco que dizia refinado e lá pelo meio mascavo e depois garapa. A cana era torcida aqui, muia aqui e fazia garapa, fazia di tarde pá toma café di manhã e daí cuzinhava o café na garapa. A vida era boa, ninguém tinha medo de vivê.

Ela aproveita e conta quando começou a fumar:
Eu comecei a fumá com 7 ano, o papai i a mamãe fumava todos os dois no cachimbo porque di primeiro não tinha bala, não tinha doce nenhum pra cumê, era um café da manhã cum mistura, farofa di ovo, ou coisa assim e ia pra roça, chegava na roça não tinha nada o que fazê, aí robava um fuminho da mamãe... há, há , há!! A brincadeira era essa. Aí a mamãe descobriu mais ou menos quando nóis tinha doze ano pra treze ano, ela dava um pouquinho de fuminho, lá nóis fazia o cigarro ca folha da majola seca, pega a folha da majola seca, dá um cigarrinho... Quando tinha palha do milho, quando nóis ia pá roça i não tinha fumo, a falecida Maria Visilha, levava folha de Adália seca, muída e nóis botava na palha e fumava. Era assim a vida.

Dona Eliza também se recorda de como era o almoço e o jantar:
A cumida era colocada numa gamela e todos cumia dali i ninguém brigava, já o jantar era por ali uma, como é que vo dizê, uma 7 hora por aí..., i aí cama né?(...) Pra acordá cedo no outro dia...





Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 23h42
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Bairros de Guaratuba

O MORRO QUE ENGOLIA GENTE



PIÇARRAS ASSOMBRADA

Conta dona Sonia Maria, hoje com 53 anos de idade, que antigamente, há uns 30 anos, existia no bairro da Figueira do Pontal um enorme morro de piçarras, que ao chegar mais perto, se espalhava no solo e lá de dentro saia um homem muito estranho, metade homem e metade animal, todo feito de argila que vinha em direção da pessoa que por ali passava e a puxava para o fundo do morro. Diz ela que lá existia uma caverna onde ficavam presos todos os corajosos que andavam pela rua assombrada.
Muitos antigos que moram perto do local acreditam nesta história e dizem que as pessoas levadas para o fundo do morro nunca mais apareceram. Com as escavações para a construção do porto de Itapoá na região onde estava o monte de piçarras, tudo foi destruído. Quando as máquinas começaram a escavar os antigos que ali moravam, ficaram o tempo todo por perto, acreditando que ali em baixo encontrariam pessoas, vivas ou mortas, mais não se importavam. O que importava mesmo era a confirmação de toda a história.
Será que encontraram alguma coisa?
Creio que cavaram muito rasinho.


(Colaboradora: Fernanda - Pedagogia ISEPE 2010)
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 10h57
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Histórias de Itapoá SC

02/11/2011


Há também lendas em outros lugares!

16/08/2010


A MULHER DE BRANCO DE ITAPOÁ/SC – A RUA  DA MULHER DE BRANCO


Contava José Maurílio, meu avô, que já é falecido, que há mais ou menos 40 anos, havia uma rua em Itapoá/SC, que era assombrada por uma mulher de branco.
Sempre à noite, quando meu avó passava nessa rua para tarrafear, ele avistava uma mulher de branco, carregando um caixão.
Os avós do meu avó falavam que era por causa dos piratas:
— Há séculos, os piratas enterravam ouro nesse lugar e não voltavam para buscá-lo.  Eles acabavam morrendo em alto mar e daí não retornavam.
O tempo foi passando e essa lenda foi ganhando mais vida. Muito comentada, chamava a atenção de muitos.
Itapoá começou a ter mais habitantes e mais gente procurava por tesouros dos piratas naquela rua. Conta meu avó que numa tarde de nuvens negras, uma pessoa misteriosa conseguiu achar uma panela de ouro ali na rua. Este ficou rico e desapareceu. Ninguém nunca mais ouviu falar nele. 

(Colaboração: Solange da Graça – Pedagogia ISEPE - 2010)



Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 12h16
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06/07/2009


A LENDA DO BOITATÁ


A lenda do Boitatá é uma história antiga que fez e faz parte dos moradores da Barra do Saí, conhecido bairro de Itapoá/SC, mas que na década de 40 era tido como Vila.
Uma das moradoras, hoje (julho de 2009) com 74 é uma das moradoras que presenciou esse fato e, portanto, pode relatar muito bem as aparições do Boitatá.
Era uma “bola de fogo” que causava muito temor em todos os pescadores que iam tarrafear à noite. Entre um peixe e outro, eles se deparavam com este “ser” assustador, e sem muito pensar se afastavam correndo e alertando quem encontrassem pela frente, numa tentativa de evitar o perigo que iminente se aproximava.
Naquele tempo eu tinha 9 anos, e como era comum para o povo, as crianças trabalhavam. Eu fazia isso num pequeno moinho de farinha de mandioca junto com o meu pai. Esse moinho ficava a uns 2 km de minha casa. Geralmente o serviço ia até à boca da noite.
Teve um dia em que o meu pai precisou sair mais cedo e me recomendou que terminasse o serviço e depois fosse para casa pelo caminho mais seguro.
Foi ele também que me orientou para que  eu utilizasse uma espécie de lanterna caseira, feita de bambu, cuja extremidade formava um bastão e na outra tinha uma divisão em filetes bem fininhos aos quais se ateava fogo; assim servia para iluminar o caminho enquanto ia sendo consumido lentamente pelo fogo.
Eu era bem sapeca e ao acender aquela tocha tive uma brilhante ideia. Vou aproveitar essa oportunidade para fazer de conta que eu sou o Boitatá, só para ver o que acontece.
Segui o meu plano intrigante e fui descendo para a praia. Enquanto ia para casa, balançava o bastão de fogo. Ia em zigue-zague, ia e voltava, voltava e ia, e de vez em quando dava pulinhos. Sentia-me o máximo por imitar a tal “bola de fogo”.
Ao passar perto de moradias, para meu espanto, vi vultos que corriam para suas casas, assustados, numa aflição de dar dó. Ouvi gritos “Corre que lá invém o Boitatá!
E eu ria com o sucesso do meu plano. Nunca na vida havia dado tantas risadas e nem me divertido tanto.
Antes de chegar em casa, enterrei o resto do bambu na areia e o “Bola de fogo” sumiu.
Para minha sorte, em minha casa ninguém desconfiou de nada.
No outro dia, fiquei especulando cada comentário que surgia da boca dos moradores. Contavam uns para os outros a suposta aparição do Boitatá na noite anterior. Eu, que não era boba nem nada, fiquei caladinha e guardei o segredo por muito tempo.  

 (Colaboração : Sulmária Maria da Silva - Itapoá - Aluna do ISEPE)

Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 17h23
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PESCARIA NA ILHA ITACOLOMI


PESCARIA NA ILHA ITACOLOMI


          Se quando estiver no mar, um marinheiro ou pescador mais experiente falar para você tomar uma precaução, obedeça; nunca vá contra.
Um senhor alugou um barco de 3 metros de comprimento (inflável) e chamou um pescador conhecido para pescar na Ilha de Itacolomi.
A meteorologia direcionava apenas para um tempo neutro.
Os dois pegaram uma tarrafa, passaram pela ilha do Araçá, deram umas tarafeadas — pegaram mais ou menos um meio saco de sardinha.
Depois disso, resolveram ir para terra firme, para que no dia seguinte seguissem até a ilha cobiçada.
Ainda era de madrugada quando saíram. À medida que avançavam ao destino final, o pescador ia explicando para ele as providências que deviam ser feitas, principalmente para uma pessoa como ele, que nunca havia saído para o mar afora, sempre acostumado a pescar na baía.
Assim que chegaram na ilha de Itacolomi, aportaram quando já amanhecia. A pescaria foi se deslanchando e uns peixinhos bons, mais um dourado e uma cavala deixaram a baía.  
Notando a mudança do tempo, outros pescadores que por ali também buscavam peixes, começaram a partir em suas lanchas. Nisso, o pescador experiente falou:
— Moço, estas lanchas têm barômetro, GPS e rádio. Elas viram alguma coisa. Acho melhor ir embora.
E ele respondeu:
— Não. Agora que estamos pescando bem. Não vamos não!
— Moço, moço. A gente pode até ficar, mas tem que ficar prestando atenção: se o vento virar, se você ver que o barco começa a navegar do sul para norte, vamos embora imediatamente porque é virada de tempo brabo.
Não demorou meia hora e bateu uma ventania. A primeira onda que os atingiu passou por cima do barco: barco para um lado e eles para o outro.
Perderam sardinha, perderam os peixes, perderam a tralha, remo, perderam tudo que tinha no barco. Mas a situação foi piorando, e o senhor inesperiente, pelo balanço e más condições do tempo, sentiu-se mal.  E antes que melhorasse de todo, começou a cair uma fortíssima chuva de pedra.
Eles pularam para dentro da água, e ficaram agarrados na cordinha da embarcação, só com a mão por cima do barco. Levaram tanta pedra na mão, que os dedos ficaram em carne viva. Mas foram aguentando o repuxo, até aliviar a chuva de pedra.
 Quando já retornavam à baía, uma onda bem grande levantou o barco e eles puderam ver a cidade de Guaratuba. Mas os problemas continuaram: quando estavam chegando perto da praia de Caieiras, acabou o combustível; e vieram mais ondas e ventos; e o moço passou mal de novo.
Como haviam perdido os remos, estavam à deriva, levados pela correnteza e ventos. Um bom tempo depois foram socorridos por uma lancha da Polícia Militar que estava passando, justamente pesquisando os malucos do nível deles que, por ventura, poderiam estar perdidos em motivo da tempestade.
Conseguiram se salvar, quase mortos de frio e exaustão, com a mão em carne viva, orgulho ferido.

Moral: Escute os experientes que andam de barco com você!"
(Colaboração: Janete Cardoso – aluna do curso de Pedagogia ISEPE. Junho de  2009)
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 22h25
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Histórico

05/07/2009

UM POUCO DA HISTÓRIA DE GUARATUBA



A HISTÓRIA
                
Em 29 de Abril de 1771, o ano seguinte à portaria de 20 de janeiro, que regulamentava a criação de uma vila, São Luiz da Marinha de Guaratuba, deu-se a solenidade de fundação dessa mesma vila com a celebração da missa pelo pároco padre Bento Gonçalves Cordeiro. Nascia então Guaratuba, a cidade que hoje encanta milhares de turistas, sul-americanos, europeus, etc.
Antes de eleger seu primeiro prefeito, que assumiu o cargo em 1792, Guaratuba foi governada por vereadores e assistida pelo presidente da Província até a Proclamação da República.
O município de Guaratuba foi extinto pelo Decreto Lei Estadual no 7572, passando assim a ser apenas um distrito de Paranaguá. Mas o município foi restaurado pela lei no 2 de 10 de Outubro de 1947 e instalado oficialmente em 25 de Outubro do mesmo ano.
O nome é de origem indígena guará-tuba e significa muitas aves na terra — terra de muitos guarás.
Se inicialmente Guaratuba vivia das atividades de pesca, hoje, além dessa atividade, tem no turismo uma das principais fontes de renda.
Os antigos moradores relatam que Guaratuba até o final da  década de 40, se resumia numa pequena “vila”, com algumas casas em torno do largo gramado da Igreja centenária.
O que hoje é visto como Rua  Capitão  João  Pedro  era  apenas  um  “baixadão”,  chamado  de  Rua  do  Riacho por onde escoriam as águas das fontes Itororó e Carioca, e havia até campos de criação de gado na encosta do Morro do Pinto e também perto da fonte da Santa; além de outras onde hoje esta hoje a rodoviária.
Antes da luz elétrica chegar por aqui, existia um sistema de iluminação pública, na praça com dois postes, e em frente à baía, na Rua da Praia, com três postes de madeira, com uma lamparina, que eram acesas todos os dias. Nas casas a iluminação era a base “lampião” a óleo de peixe mais tarde a querosene.
Durante muito tempo, São Luiz da Marinha de Guaratuba permaneceu isolada e seu único acesso era pelo mar, através do “canal barra” na entrada da baía. Diante disso, as viagens para a vizinhança de Matinhos, Paranaguá e Pontal eram realizadas com muitas dificuldades pela orla marítima, e sempre na dependência das marés e do tempo bom.


DADOS GERAIS:

Estado que Pertence: Paraná
Data de Fundação: 5 de dezembro de 1765
Gentílico: Guaratubense
População: 34.100 habitantes (2006)
Área (em km²): 1.325,88

Km da capital do Estado: 117 km

Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 18h52
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UMA IGREJA E ALGUMAS LENDAS


A igreja e as lendas
A Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso começou a ser construída em Guaratuba no ano de 1768 e recebeu a benção no dia 28 de abril de 1771, do Reverendo Bento Gonçalves Cordeiro, ajudados pelos Padres Frei João de Santana Flores e Francisco Borges, e no dia 29 celebraram a primeira missa.
Esta igreja foi desenhada por Afonso Botelho e construída pela comunidade. Sua arquitetura retrata a arte religiosa colonial e apresenta uma fachada bastante simples de alvenaria, como eram as demais igrejas litorâneas da época. Internamente é ornamentada por um retábulo discreto, provavelmente do século passado.

Uma construção e muitas lendas

Consta nos históricos do município e na memória das pessoas que antes da criação do cemitério municipal, foram realizados os sepultamentos dos mortos da comunidade guaratubana. Os sepultamentos, dependendo do lugar, tinham um determinado preço: 320 réis, 640 e 1280 réis (Perto do Altar). Fala-se, enrtão, que diante dessa cobrança, como irritação do Divino, em 04 de fevereiro de 1941, um raio atingiu a Cruz da Torre da Igreja.
Diz outra lenda, que nas paredes da igreja, que tem em torno de 1 metro de largura, foram colocadas várias moedas de ouro. É bom lembrar que essa história pode não ser uma verdade verdadeira, pois na época de sua construção dessa igreja a comunidade era constituída de famílias com poucos recursos financeiros e não havia um fato que justificasse este ato.

Fato que chocou a comunidade

A imagem original de Nossa Senhora do Bom Sucesso foi roubada em abril de 1974.


Uma nova imagem, doada pelo jornalista Cândido Chagas, foi entronizada em 23 de julho de 1995.
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 16h50
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17/10/2013


LENDAS: PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE

As lendas, quase sempre, representam as vozes de pessoas simples, sufocadas pelo discurso soberano, que não tinham oportunidades de desempenhar papéis expressivos nos acontecimentos da sua nação ou reino. Através delas, então, são retratadas circunstâncias que revelam um universo obscuro de medo, e defeitos, e mediocridades, de esperanças, de imaginações, sobre como vivia aquele povo.
Na visão de Foucault,

‘Lenda’, porque nela se dá, como em todas as lendas, um certo equívoco entre o ficcional e o real. Produz-se nela por razões inversas, porém. O lendário, seja qual for o ficcional e o real. O lendário, seja qual for o seu núcleo de realidade, não passa afinal da soma do que dele se diz. É indiferente à existência ou à inexistência daquele cuja glória transmite. Se existiu, a lenda recobre-o de tantos prodígios, embeleza-o [...] a lenda dá conta de tantos relatos insistentes a seu respeito que ele adquire a espessura histórica de alguém que teria existido.


Categoria: Histórico
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 16h15
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04/06/2013

A Rua que Afundou


A RUA QUE AFUNDOU


       A história, contada por seu Isaías, que na época tinha seus trezes ou quinze anos e que sua memória boa não o deixa mentir,nos revela que no dia 22 de setembro de 1968...



A RUA AFUNDOU 


             Na noite de 22 de setembro de 1968, um trecho da rua Cel. Afonso Botelho ficou com uma estranha aparência, já que no lugar dos prédios formou-se uma estranha enseada. O que aconteceu?

             Uma área de 100 x 30 metros na direção do centro da cidade dessa rua afundou dentro da Baía. E com ela também foram:  o Mercado Municipal, parte da Prefeitura, o atracadouro do ferry boat, casas de moradia, a Rua da Praia... 
Grande parte foi perdida. Menos o cofre da Prefeitura, que foi o primeiro a ser resgatado. Dizem que o prefeito de então disse que existia uma determinada soma no cofre, talvez pensando que não conseguiriam resgatar, ou mal informado pelos seus assessores.
             Acontece que uma empresa com mergulhadores foi especialmente chamada para o resgate, e conseguiu trazer o  cofre. Mas a surpresa ficou por conta de quanto em dinheiro tinha no cofre: Menos de 10% do que se comentava que realmente foi achado.

             Mas uma estória ou história é ainda até hoje contada. Muitos juram que é a verdade: como havia muitas casas de família na área afundada, uma das geladeiras boiou. A maré levou esta geladeira para a saída do canal, e lá, próximo da praia mansa de Caiobá, um pescador encontrou a geladeira fujona. Em cima, latindo, molhado e com muita fome, o cachorrinho da família. (Colaboradora: Lia Mara Morais Gregolin - 4º período Pedagogia - ISEPE)
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 19h23
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UMA VISITA NA QUARESMA


UMA VISITA NA QUARESMA
Antigamente no bairro do Canela, rua Joinville, aos sábados e aos domingos, eram realizados grandes bailes no antigo salão do canela, e isso se dava mesmo durante a quaresma (quarenta dias que antecedem a morte de Cristo e que para os antigos mais religiosos não se podia dançar nem beber).
Meus pais quando eram casados gostavam muito de sair e o lugar preferido deles era o antigo Canela, hoje conhecido com Kanecão.
Eu tinha uns 7, 8 anos e me lembro bem dessas incursões dos meus pais pois, a minha avó paterna sempre vinha nos visitar e ao perguntar a eles se continuavam indo àquele lugar e ao ouvir a resposta que sim, ela os alertava para pararem de irem neste baile lugar, já que, segundo ela, na porta daquele bailão estava pendurada a capa do capeta. Meus pais nunca deram importância ao que ela falava, no entanto, pele insistência que ela recontava a mesma historia, a minha curiosidade e a de meu irmão foi crescendo. Até que um dia resolvemos perguntar a ela o porquê  da tal capa do capeta. Foi então que elas nos contou:
— O baile do Canela não respeitava a quaresma e fazia bailes nesta época. Mas naquele ano a quarentena do Senhor chegou sinistramente. Como sempre, o baile estava muito animado, todos dançando, cantando e é claro, bebendo. Mulheres bem pintadas, cheirosas de colônias florais, com roupas domingueiras, e homens até perfumados de tabu, barbeados, e bebendo, e dançando, e rindo do nada... A noite lá fora estava escura, não se viam estrelas e nem nada, no céu só um vazio de negrume esquisito. Foi então que "do nada" apareceu no baile o homem mais lindo que todos tinham visto na vida. Quando ele apareceu na porta, meio que de supetão, por uns breves segundos houve um silêncio nunca existido antes e uma pausa à admiração de todos. Todos os olhos se voltaram ao forasteiro. depois que a música voltou, corriam-se cochichos em busca de descobrir quem era a fera. As mulheres solteiras foram ligeiramente disputá-lo para dançar e até mesmo as outras, mulheres acompanhadas de seus maridos e namorados, não queriam perder a chance. Os homens de tão perplexos ante àquela beleza nem se importavam com a situação. A festança ia na maior ferveção, tanto que dentro do bailão fazia uns quarenta graus. Estava tão quente que alguns homens desabotoavam parte das camisas e as mulheres procuravam se abanar. Já se ia lá pelas tantas, quando numa dessas danças uma moça, sem intenção alguma, olhou para baixo e viu que o pé do rapaz era redondo, com o de uma vaca, porco, cabra... algo assim. Ela começou a gritar desesperadamente e apontava para o pé do camarada. Os outros pararam de dançar instantaneamente, formando um círculo no qual ficaram em seu meio essa moça e o forasteiro. Todos passaram a notar a bizarrice e se puseram a correr e gritar juntos. Nessa confusão toda, o homem evaporou, do nada, de uma hora pra outra, deixando apenas um insuportável cheiro de enxofre no ar e na porta, não se sabe como um riscado como sendo uma capa do encardido. Alguns chegaram até dizer que viram chifres, olhos e um rabo vermelhinhos no tal ser.

Depois desse dia, o Canela nunca mais abriu em época de quaresma.(Michele Souza Pinto e Lorraine Fagundes Gonçalves – 4º período – Pedagogia ISEPE)
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 19h10
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O Mato



O MATO

 Nas eleições, existem muitos dadores de cestas básicas para famílias e transportes ilegal de eleitores.  Certo ano fui até a casa de meus pais no interior para votar e aí se deu a coisa. Sabe aquelas urnas que ficam no interior do Cubatão nas escolas? Tudo começou aí.
O sítio de meus pais fica um pouco pra lá na redondeza e tem um mato perto. A casa deles era de madeira pequena, não tinha água nem luz e muito menos banheiro na casa.
A noite caiu, nós nos recolhemos e fomos sentar ao lado do fogão para conversar. Papo vai e papo vem e de repente me deu uma vontade de ir ao banheiro, que na época era patente e bem longe da casa.
Minha mãe pediu para meu irmão me acompanhar até a patente. E lá fomos nós.
Ao sairmos, nós nos esquecemos de pegar uma vela para iluminar o caminho. Gritei para minha mãe que disse ao meu irmão que fosse pegar na janela uma lamparina.
Enquanto ele foi buscar a luz, eu olhei para o escuro na direção daquele mato e ouvi um barulho esquisito nas árvores, que mexiam, e se não bastasse, escutei uma gente ou um bicho uivando — Meu pai sempre me falou que quem uiva é lobisomem... Não sei ao certo o que era, mas era um uivo horripilante. Antes mesmo que meu irmão chegasse perto de mim, eu me virei na mira da janela e me joguei de costa para dentro de casa com tanto medo que, o que tinha vontade de fazer, fiz nas calças.
Tive que ir tomar banho frio de bacia e depois daquele dia nunca mais fui ao banheiro à noite lá no sítio. (História relatada por G.M. – Colaboração: Leila – 4º período – Pedagogia ISEPE)
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 18h54
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 Uma panela de Ouro


PANELA DE OURO

Há uma lenda que os antigos de Guaratuba contavam, inclusive a minha avó.
Ela narra sobre a existência de uma panela de ouro enterrada no morro do meio, fato realizado pelo comandante do navio de Vapor São Paulo, naufragado próximo a Caieiras, em dia de denso nevoeiro.
Após o naufrágio, ele enterrou o tesouro com medo que a população o descobrisse e pudesse querê-lo, deixando-o pobre e sem nada. Tal ouro pertencia a Chiquinha Gonzaga, esposa do comandante Jacinto Ribeiro do Amaral, e ali, em noite escura e de apenas um fiapo de lua no céu, próximo ao pé do morro foi enterrado em 1868. Minha avó contava que muitos habitantes, desde então, procuraram tal tesouro, mas como ninguém o descobriu o ouro ainda está lá no morro. Ela ainda jura de pé junto que esse tesouro está uma panela de ouro.
Eu já andei nesse morro procurando algumas pistas, mas ele é muito grande e desisti.Ela me disse que o ouro está num buraco, e que é bom buscá-lo à noite, pois esse tal buraco fica bem alinhado com as "três Marias", que são vistas com o céu límpido. Até que procurei esse buraco, o alinhamento certo, mas nada encontrei. Eu ouvi da minha avó! Se for verdade ou não, eu não sei. O que sei é que nunca ouvi dizer que ela era correligionária da mentira.
(Colaboração: Edson Aureo Cardoso Peres Farias – 4º período – Pedagogia ISEPE)

Categoria: Lendas Guaratubanas
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 18h47
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Histórias de pescador



HISTÓRIA DE PESCADOR

  Em 1975, eu tinha 25 anos de idade e pescava de malha. Nois punhava e a rede sempre vinha um cação de 70 quilos na metade. Isso era na praia de Juréia. Aí mandamo fazer uma rede de malha 60, que na época era muito difícil, aí botamo essa rede iscada com arraia e aí pegamo uma tintureira. Essa tintureira deu 435 quilos, limpa.      Cada figo (figado) que tinha nesse peixe era do tamanho de uma pessoa. A metragem calculada era de mais ou menos 8 metros de comprimento e demos uns três corte para embarcá dentro do barco. Meu Deus! O peixe era quase maior do que o barco porque ele media só 10 metros. (Essa história foi verídica e relatada pelo pescador Ti Maro. (Colaboração: Leila – 4º período – Pedagogia ISEPE))
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 18h46
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OS CÃES DA COSTUREIRA

Este causo, todos juram que é muito real. Aconteceu na localidade de Ribeirão Grande próximo a Colônia da Limeira, região rural. Entre meados de 1930 e 1945. Esse causo deve mesmo ser verídico, pois passou por várias gerações. A senhora que narrou pela primeira vez chama-se Sinhá Mana. Para os íntimos era Maninha.
Tia Mana ou Maninha conheceu um casal de sitiante. Ele homem muito sisudo, trabalhador, limpo e honesto de nome Antônio Paulo. Ela baixa gorda, do rosto branco e redondo.
Disse tia Maninha que quando chegava à frente da casa do casal, logo no terreiro sempre encontrava dois enormes cachorros, pretos, todos os dois sujos de cinzas. Os cachorros, sempre estavam brincando. Sempre que avistavam tia Maninha paravam as brincadeiras e, meio sem graça como que envergonhados, saíam cada um para um lado. Quase sempre a mulher de Antônio Paulo estava com sua cesta, a costurar sentada à porta. Em uma dessas muitas visitas costumeiras ela se colocou a narrar para tia Mana:
— Pois olhe só, Sinhá Mana, vou lhe contar uma coisa, mas, por favor, por tudo que é mais sagrado, pelo leite que a senhora mamou, não vá me contar isso pra ninguém. Que fique só entre nós duas se não o Antônio é até capaz de me matar. Sempre que estou em casa costurando o Antônio Paulo fica falando para eu não costurar aqui na porta. Eu tenho aqui essa saia de tecido baeta que gosto muito, por ser toda brilhosa. Por isso ele vive me dizendo para eu não costurar na porta principalmente quando estiver vestindo esta saia. Disse ele que aqui tem lobisomem. Não sei se é para meter medo apenas. Foi um dia desses, ele veio para mim e disse:
— Olha, Mulher, tu não fiques aí, na porta costurando, que justo hoje é dia de lua cheia. Os lobisomens gostam de sair nesse dia. E tu, ainda estás com essa saia toda brilhosa, cuidado. Depois não me digas que não te avisei.
— Ele falou isso e saiu. Eu até retruquei.Que lobisomem que nada homem. Isso não existe. E daqui não vou sair... Quero ver se ele vem aqui. Se ele existir e vier, vai ver só uma coisa... Quando foi dali a pouco, eu olhei para o caminho, e não é tia, que lá vem mesmo um bruto de um cachorro preto com cada olho brilhando como se fossem de fogo. Veio rosnando e metendo medo, chegou do meu lado e começou morder minha saia; puxava com força, querendo rasgá-la. Deixo sempre aqui do meu lado uma telha, com cavacos para fazer fumaça, para espantar os insetos. Com aquela telha dei um baita cacetada na cabeça do cachorro e ele saiu correndo, gritando. Pois você acredita, tia Mana, não demorou muito me chegou o Antônio Paulo, com a cabeça toda ensangüentada, me pedindo um pano para amarrar e água para lavar. Quando perguntei o que era aquilo, ele apenas me disse que foi pegar não sei o quê lá não sei onde e um troço caiu na sua cabeça. Tia, acho que de agora em diante ele nunca mais vai virar cachorro, e se lambuzar de cinzas, e ficar brincando aí pelos caminhos e pelo terreiro. Pois o seu Zé Ozório já havia me falado que por duas ou três vezes já tinha visto ele se transformar em cachorro, atravessar o rio e lá do outro lado voltar ser gente de novo.
— Só que, por favor, a senhora também não me vá contar isso pra mais ninguém, pois só lhe contei pra desencargo de consciência.  Se não isso pode se espalhar e eu não sei o que seria de mim. (Contado por José Daniel Deodoro, nascido no Sítio das Onças, Guaratuba — Colaboração: Nilceli – 4º período – Pedagogia ISEPE)
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 18h43
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CACHORRO OU LOBISOMEM


CACHORRO OU LOBISOMEM

Desde criança, sempre ouvia meu pai contar uma história de dois amigos:


— Eles voltavam de uma pescaria. Lá pelas tantas da madrugada, quando cruzavam a praça central, depararam-se com um animal gigantesco e horrendo. Estávamos no meado do mês de julho. Os dois amigos, José e Antonio, resolveram ir à praia para fachear, isso é, fisgar tainhas. Pegaram seus lampiões e suas fisgas e foram. E ficaram por lá até altas horas. Com seus balaios repletos de tainhas e seus lampiões acesos em mãos, pois naquela época a luz apagava a meia noite, regressavam, jogando conversa fora e felizes com seus peixes, por um caminho que ligava a praia até a praça. Já na praça, sentiram a presença de algo que rosnava de modo estranho, misturado a uivos. Eles imediatamente pararam e jogaram no chão seus balaios e levantaram seus lampiões, muito amedrontados e apreensivos, pois não acreditavam no que estavam vendo. Tratava-se de um animal enorme e peludo, de olhos esbugalhados e brilhantes, e dentes imensos. Minha filha, eles ficaram tão apavorados que correram e subiram em um monumento. E o horripilante animal investia para cima deles rosnando e arranhando o monumento, no qual eles haviam subido. Ali permaneceram até que o animal saísse. Já quase amanhecendo, o gigantesco animal deu um forte uivo e desapareceu. Ao saírem Dalí, foram juntar seus balaios e lampiões, e foi então ali que perceberam as pegadas de patas imensas e tufos de pêlos negros e grandes espalhados pelo chão. Eles nunca puderam relatar o que era aquilo realmente: se um gigantesco cachorro ou um lobisomem. O que vocês acham? (Colaboração de Angela Cristina Lima Rocha – 4º período – Pedagogia ISEPE)
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 18h42
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A lenda da Cadeia Velha


LENDA DA LAMÚRIA DOS ESCRAVOS NAS RUÍNAS DA “CADEIA VELHA”
Por volta do ano 1839, queriam dar início a uma nova construção localizada à rua Cel. Afonso Botelho, cujos paredões iriam ser erguidos em pedras e cal. No lugar, existia já umas ruínas de uma antiga construção; coisa sem cobertura, cheia de vegetação rasteira, apresentando as paredes da frente em nível convincente e, as demais, ainda por terminar: a “Cadeia velha”.
As ruínas da “Cadeia Velha” estacionaram no tempo. Contam os antigos moradores da vila de Guaratuba, que ali, naquelas ruínas, se ouviam as lamúrias dos escravos que ajudavam na construção dos paredões e que, quando se mostravam cansados, eram levados ao Pelourinho para serem castigados.
O Pelourinho achava-se instalados em frente às Ruínas da “Caldeia Velha” e foi levantado em 30 de abril de 1771 como símbolo da Justiça.

E até hoje, há gritos lancinantes que assustam quem fizer um profundo silêncio interior ao passar por ali. (Colaboração: Delfina Nascimento De Araujo – Pedagogia ISEPE - 2010)
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 00h09
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A Lenda do Espírito Santo


A LENDA DO ESPÍRITO SANTO

Os pescadores mais experientes contam que quando o vento está forte e o mar bravo, ouvem-se os gemidos tristes e desesperados de um pescador que se perdeu no mar pelos rochedos das pedras de Caieiras.
Engraçado, que era um pescador que sempre viveu na praia e que sabia quando o mar estava para peixe. Naquela noite, no início da noite, havia estrelas e ele foi pescar. Alguns até estranharam tal fato se dar tão cedo, já que normalmente saíam juntos, em grupos, e um pouco mais adiante no tempo. Contam que naquela noite, quando chegou o início da madrugada, em alto mar caiu uma forte cerração marítima. Com essa queda brusca de visibilidade, ele perdeu o remo e motor não funcionou mais, e cada vez mais o mar o conduzia para mais longe.
No seu desespero, ele rogou ao Divino Espírito Santo que o guiasse para terra firme. Surpreso, distinguiu logo, brilhando ao longe, uma pontinha de algo, como se fosse um farol luminoso, entre as brumas cerradas de Caieiras. Nisso, também, sem mais nem nemos conseguiu avistar o seu remo e, mesmo cansado, tratou prontamente de seguir na direção da luz, certo de que o Divino estava atendendo o seu pedido. Unindo toda força de seu corpo, pôs-se a remar até chegar em terra firme de novo.

Até hoje, contam que, nas madrugadas fria de inverno, surge um barquinho com uma luz na frente e que conduz pescadores perdidos rumo à um porto seguro. (Colaboração: Andréa Cristina e Kassia – Pedagogia ISEPE - 2010 )
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 00h08
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A Mulher de Branco


A  RUA  DA MULHER DE BRANCO
Contava José Maurílio, meu avô, que já é falecido, que há mais ou menos 40 anos, havia uma rua em Itapoá que era assombrada por uma mulher de branco.
Sempre à noite, quando meu avó passava nessa rua para tarrafear, ele avistava uma mulher de branco, carregando um caixão.
Os avós do meu avó falavam que era por causa dos piratas.
— Há séculos, os piratas enterravam ouro nesse lugar e não voltavam para buscá-lo.  Eles acabavam morrendo em alto mar e daí não retornavam.
O tempo foi passando e essa lenda foi ganhando mais vida. Muito comentada, chamava  atenção de muitos.

Itapoá começou a ter mais habitantes e mais gente procurava por tesouros dos piratas naquela rua. Conta meu avó que numa tarde de nuvens negras, uma pessoa misteriosa conseguiu achar uma panela de ouro ali na rua. Este ficou rico e desapareceu. Ninguém nunca mais ouviu falar nele.  (Colaboração: Solange da Graça – Pedagogia ISEPE - 2010)
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 00h03
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03/06/2013


As lendas e o Vapor São Paulo

Vapor São Paulo 
           O naufrágio do navio Vapor São Paulo não só é histórico como se tornou um acontecimento que inspira lendas e mitos na cidade de Guaratuba, praia do litoral paranaense. 
           Em 1868, essa embarcação encalhou em frente à praia de Caieiras, quando voltava da Guerra do Paraguai. Cerca de 600 pessoas estavam a bordo, e apenas uma não conseguiu se salvar conforme se apura pela história da época. O vapor pertencia ao capitão Jacinto Ribeiro do Amaral, marido da compositora brasileira Chiquinha Gonzaga. Acredita-se que um cavalo, pertencente ao Duque de Caxias estivesse no navio quando ocorreu o naufrágio.  Conta-se, também, que havia um sino de ouro, objeto que teria sido removido da embarcação e enterrado sob uma das paredes da igreja matriz. 

              Quando a maré está baixa, é possível ver da  praia de Caieiras a proa dessa embarcação e até tocar no restinho do navio que não foi soterrado pela areia do mar. (Por: Prof. Paulo Santos da Silva)

Categoria: Histórico
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 23h42
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02/11/2011

O PRÉDIO QUE DESABOU


DESABAMENTO DO PRÉDIO

            Há 12 anos, Guaratuba parava para acompanhar a tragédia que se abateu sobre a cidade.
Era sábado 28 de janeiro de 1995 pouco mais de 10 da manhã quando o Edifício Atlântico, construído a menos de uma ano, desabou, matando 29 pessoas e dilacerando a vida de várias famílias. Bombeiros e voluntários vasculharam por mais de 30 hs a montanha de escombros a procura de vítimas. Hoje a cidade segue sua rotina, mas o terreno vazio continua lá, como uma cicatriz e não deixa ninguém esquecer o sofrimento daquele dia.
            As vésperas do Natal de 1994, o síndico Alcyon Pires Gomes Junior levou ao edifício um profissional para pintar a garagem. Quando chegaram lá o zelador falou que durante a noite eles tinham ouvido um barulho forte , e as portas e janelas do apartamento térreo não abriam mais. Também havia rachaduras. Eles imediatamente entraram em contato com o engenheiro que construiu a obra Ney Batista Torres, pedindo providências Neste meio tempo também chamaram um técnico para fazer uma avaliação. Julgou-se que o dano era só no apartamento do zelador., mas foi sugerido que fosse feito um estudo mais detalhado da parte da fundação do prédio.
            O engenheiro que estava no exterior informou que ia fazer os reparos necessários, mas achou melhor esperar que a temporada terminasse para não atrapalhar os moradores. Uma semana antes do acidente novos barulhos foram ouvidos no prédio que apresentou novas rachaduras. Portas e janelas não abriam de praticamente todos os apartamentos e o elevador também não funcionava. Os moradores pediram medidas urgentes, Alcyon o síndico diz que o engenheiro foi até o local mas parecia que ele não tinha o “Know-how” suficiente para resolver o problema. Em assembléia os proprietários decidiram contratar uma empresa especializada, a Construtora Cambuí, para orientar o trabalho.
            O síndico lembra que a construtora não recomendou a retirada dos moradores, e lembra que o engenheiro não seguiu a risca ia sido determinado. Era para consertar todos os pilares, um por um, e o trabalho não poderia parar. Mas ele fez alguns pilares e foi embora, conta. As obras começaram na sexta-feira, foram interrompidas durante a noite e o prédio desabou no sábado de manhã quando os operários estavam na obra.
            Alcyon diz que ninguém imaginou que a tragédia chegasse a tanto. No dia do desastre os moradores chegaram a evacuar uma área de cinco apartamentos porque pensavam que ali havia risco de uma parede desabar.
            O síndico falou que foi tudo muito rápido. Ele ouviu as vigas e as colunas estourando e saiu
Correndo com os trabalhadores. Algumas pessoas que estavam dentro do prédio conseguiram sair a tempo, como a mulher do síndico.Na fuga muitos foram atingidos por estilhaços. Em pouco segundos tudo estava no chão, e uma imensa nuvem de pó se ergueu. “Foi tudo surreal, você não acreditava que aquilo estivesse acontecendo. Não se via nada na frente, somente pessoas gritando, procurando umas as outras”.
            A tragédia foi tão grande que um grupo de 12 proprietários resolveu se reunir e pedir apenas indenização pelos apartamentos, pois nada que o engenheiro fizesse poderia amenizara dor que cada um estava sentindo. “ Fizemos um mau acordo com a justiça, mas queríamos encerrar o assunto” comenta Alcyone. Eles receberam R$ 307.000,00 em imóveis, daí foram vendendo os bens e dividindo o dinheiro. Hoje ainda restam duas lojas, que o grupo ainda não conseguiu vender.
            O síndico falou que não queria que o engenheiro fosse preso, como realmente não foi. “O Ney não achava que o prédio fosse cair. Tanto que ele perdeu dois netos e uma nora lá. Ele já foi punido”, comenta.
            O terreno onde existia o Edifício Atlântico, ainda continua lá. Agora o mato toma conta do local, e algumas pessoas aproveitam para jogar lixo no local. Os antigos moradores sugeriram a Prefeitura comprar o lote. “Ainda é uma cicatriz que está lá, um objeto de curiosidade pública. Poderia ser construído um centro de atendimento às pessoas carentes para apagar esta marca”. Afirma.
            Esforço no resgate das vítimas.
            O trabalho de resgate durou mais de 30hs e o Corpo de Bombeiros do Paraná, Cel. Almir Porcides Junior trabalhou em 28 delas. Ele falou que nunca tinha visto uma tragédia tão grande como aquela. A montanha de escombros que tinha virado o edifício de 16 apartamentos passava de cinco metros de altura e os gemidos e pedidos de socorro eram possíveis de serem ouvidos.
            Bombeiros e voluntários foram organizados em grupos, num trabalho de “formiguinha”, foram retirando os destroços com as mãos, enxadas e pás. Um dos salvamentos mais difíceis foi o de uma mulher que ficou mais de 10 hr soterrada. Foi feito uma espécie de túnel para retira-la e, como havia risco de desabamento, foram colocados escoras. “Só aparecia o rosto dela. Fomos conversando e minimizando a dor”. Lembra. A mulher foi resgatada com apenas um corte no pé.
            De 10 em 10 min também eram feito momentos de silêncio para que as vítimas pudessem ser ouvidas. O coronel lembra com tristeza que havia crianças soterradas.Quando iniciaram as buscas era possível ouvir o choro e gemido de uma delas pedindo ajuda, mas com o passar das horas a voz foi ficando cada vez mais fraca e sumiu. “Foi o trabalho de salvamento mais difícil, marcou muito”, recorda. Nele atuaram mais de cem bombeiros e os vizinhos colaboraram também. Oito pessoas foram retiradas dos escombros com vida.
            Engenheiro foi denunciado pelo MP.
            O engenheiro Ney Batista Torres foi denunciado pelo Ministério Público (MP) por homicídio culposo, sem intenção de matar. Mas ele não chegou a ser julgado porque a lei 9.099 que entrou em vigor naquele ano, permitia a suspensão do processo desde que fosse feito um acordo com as vitimas, o que acabou acontecendo um ano depois do acidente. Michael Saliba, (advogado) parente onze vítimas, recorda da tragédia e diz que não gostou da forma como o caso foi encerrado.
            Saliba diz que o MP deveria ter denunciado o engenheiro por homicídio doloso, com intenção de matar, pois ele assumiu o risco de uma reforma sem evacuar o prédio. A família tentou mudar a denúncia, mas o pedido foi negado.Saliba diz ainda que houve uma seqüência de crimes resultantes da mesma ação, ou seja muitas pessoas foram prejudicadas de várias formas e neste caso, a pena mínima prevista é um ano e dois meses, escapando dos benefícios da lei 9.099, que permite acordo somente para casos com pena mínima de um ano ou menos.
            Para o advogado, engenheiro também poderia ter sido processado por desabamento de prédio. No entanto, diz que a família desistiu de lutar porque estava muito abalada emocionalmente. Um dos sobrinhos ficou sozinho, perdeu pais e irmãos e precisava de apoio. “Ou a gente vivia e cuidava do meu sobrinho ou atendia ao processo. A nossa vida se divide em dois momentos antes e depois do desabamento em Guaratuba”. Em 2002, familiares e outras vítimas tentaram reabrir o caso, mas não conseguiram. (Tania Kohnlein)
Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 11h36
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UM CASO DE ONÇA


       A ONÇA DE SEU GERVÁSIO

Essa historia da Onça do Gervasio, aconteceu nos meados dos anos 60 que apareceu em frente à casa do “seu” Gervasio por isso o nome de Onça do Gervasio, numa madrugada fria e seu Gervasio o primeiro a avistar a dita cuja dizia que o bicho era enorme e que tinha acabado com uns pés de bananeira que existia numa casa abandonada em frente a sua, depois verificado por muitas pessoas a veracidade. E ai o boato correu, na época Guaratuba devia ter uns três a quatro mil habitantes e ninguém mais se atrevia a andar a noite. Outros moradores começaram a ver a dita onça e diziam que a noite ela atravessava do Morro do Morretes para o Morro do Pinto, subindo ali nas imediações da fonte da Carioca. O falecido Juvêncio Marques chegou a medir as pegadas do bicho e pelas pegadas levantou que a mesma media em torno de dois metros de altura por três de comprimento (ufa). (Colaboração: Maristela Cury Martins)

Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 11h33
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