segunda-feira, 10 de outubro de 2016

16/08/2010

HISTÓRIA DE PESCADOR

  Em 1975, eu tinha 25 anos de idade e pescava de malha. Nois punhava e a rede sempre vinha um cação de 70 quilos na metade. Isso era na praia de Juréia. Aí mandamo fazer uma rede de malha 60, que na época era muito difícil, aí botamo essa rede iscada com arraia e aí pegamo uma tintureira. Essa tintureira deu 435 quilos, limpa.      Cada figo (figado) que tinha nesse peixe era do tamanho de uma pessoa. A metragem calculada era de mais ou menos 8 metros de comprimento e demos uns três corte para embarcá dentro do barco. Meu Deus! O peixe era quase maior do que o barco porque ele media só 10 metros. (Essa história foi verídica e relatada pelo pescador Ti Maro. (Colaboração: Leila – 4º período – Pedagogia ISEPE))

Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 12h07
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13/11/2009


O TRABALHO NA LAVOURA

Obs: Transcrição de história oral
  


















O TRABALHO NA LAVOURA

Parte da vida de DONA ELIZA DOS SANTOS SILVA (Itapoá – SC)
ouvida por Sulmária Maria – aluna do curso de Pedagogia, 6º período, ISEPE

Nesta breve conversa informal Dona Eliza dos Santos Silva relembra um pouco de sua história de vida e começa assim:
         O serviço na lavora era trabalhá na roça, prantá mandioca rama, prantá mandioca, prantá milho, prantá fejão i coisa assim. Eu trabalhava desdi 5 ano na roça, eu ia trabalhá co papai i ca mamãe i as minha irmãs que são mais velha. Eu trabalhava desdi 6 ano na roça, a mamãe levava nóis pra roça, nóis carpia ca mão assim na roça, ca inxada e co facão i tudo a ferramenta. Ela marcava um pedacinho pra mim i pra minha irmã mais velha pá da conta daquele pedaço que na época dizia eito. As vezes uma irmã reclamava que não dava conta do seu eito, a mamãe dizia: ah, deixa pa di tarde! Mas eu dava conta, eu era mais nova e ganhava.
O meu irmão trabalhava tamém, ia na roça roçá co papai e queimá a terra pra prantá mandioca, o serviço mais pesado era co ele e co papai, o mais leve era nóis ca mamãe, que era carpi e prantá rama.

Dona Eliza conta que eles produziam muita melancia e relata a forma do consumo:
Chegava da roça i enchia uma vasilha com água i colocava embaixo da sombra prá refrescá a melancia i comê, o sereno da noite era bom pra resfrescá. Nóis tamém interrava a melancia piqueno pra crescê, escondia do irmão, da irmã, ninguém sabia... A primeira melancia do meis, a mais bonita, quando ela tem um meis ela tá madura. Nóis interrava daí nóis ia comê eu i minhas amiga.

Dona Eliza também relata como era o cardápio daquela época:
O café da manhã era banana, batata doce cuzida pá tomá cu café i banana, tamém pá tomá co café i farinha, comia banana , farinha i tomava café cum açuca branco que dizia refinado e lá pelo meio mascavo e depois garapa. A cana era torcida aqui, muia aqui e fazia garapa, fazia di tarde pá toma café di manhã e daí cuzinhava o café na garapa. A vida era boa, ninguém tinha medo de vivê.

Ela aproveita e conta quando começou a fumar:
Eu comecei a fumá com 7 ano, o papai i a mamãe fumava todos os dois no cachimbo porque di primeiro não tinha bala, não tinha doce nenhum pra cumê, era um café da manhã cum mistura, farofa di ovo, ou coisa assim e ia pra roça, chegava na roça não tinha nada o que fazê, aí robava um fuminho da mamãe... há, há , há!! A brincadeira era essa. Aí a mamãe descobriu mais ou menos quando nóis tinha doze ano pra treze ano, ela dava um pouquinho de fuminho, lá nóis fazia o cigarro ca folha da majola seca, pega a folha da majola seca, dá um cigarrinho... Quando tinha palha do milho, quando nóis ia pá roça i não tinha fumo, a falecida Maria Visilha, levava folha de Adália seca, muída e nóis botava na palha e fumava. Era assim a vida.

Dona Eliza também se recorda de como era o almoço e o jantar:
A cumida era colocada numa gamela e todos cumia dali i ninguém brigava, já o jantar era por ali uma, como é que vo dizê, uma 7 hora por aí..., i aí cama né?(...) Pra acordá cedo no outro dia...





Escrito por opaulosilva@ig.com.br às 23h42
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Um comentário:

  1. Novo blog sobre lendas a partir do iniciado em 2009 cujo endereço é guaratubaemhistorias.zip.net

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